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Alice in Chains: Alternative takeover?

 

Drew Masters

March / April 1994

 

Se tem alguma das bandas de hoje que é conhecida por se arriscar com uma diversidade que muda como vento, é o Alice in Chains.

Recém saídos da turnê do seu segundo álbum bem sucedido, Dirt – que surpreendeu todos no seu caminho destruidor com seu tom gutural e intensidade – o Alice in Chains lançou seu terceiro EP, contando com 7 músicas, Jar of Flies (Sony Music). Gravado no estúdio London Bridge em Seattle entre 7 e 14 de setembro de 1993, logo após o fim da turnê do álbum Dirt, é um EP de proporções opostas ao Dirt, que é cheio de humor e depressivo, mas ainda assim é tão forte quando os fãs esperavam.

 

O vocalista Layne Staley tinha voltado ao mundo das entrevistas em Dezembro de 1992, com uma então exclusiva entrevista para a M.E.A.T. Como foi cara a cara, um a um e a única entrevista que ele dava em anos, ele estava relativamente à vontade e bem falante – a dupla Jack & Coke não machucou! Nós conseguimos nos conhecer bem, considerando que era apenas uma entrevista. Dessa vez, no entanto, Staley estava mais na defensiva – possivelmente pelos rumores excessivos que ele tinha voltado as drogas pesadas e saído novamente, possivelmente porque eles estavam calejados da estrada e sem paciência para entrevistas; possivelmente porque ele está pouco se fodendo.

 

M.E.A.T: Por que a banda decidiu fazer um EP dessa vez?

 

Layne: Apenas para dar as pessoas algo para ouvir no nosso tempo morto.

 

M.E.A.T: Por que no seu “tempo morto”, vocês não deram um tempo e se prepararam para o próximo álbum?

 

Layne: Bom, se nós tivéssemos dado um tempo e estivéssemos nos preparando para o próximo álbum, não teríamos dado um tempo. Mas (o EP) está feito – está gravado. Não estamos fazendo nada por ele. Estamos dando um tempo.

 

M.E.A.T: Quando surgiu a ideia de lançar um EP?

 

Layne: Durante o Lollapalooza. Nós não escrevemos nada para ele, apenas entramos no estúdio e gravamos tudo que saiu.

 

M.E.A.T: Então nenhuma dessas músicas são sobras do Dirt?

 

Layne: Nenhuma delas.

 

M.E.A.T: Por que do título “Jar of Flies”?

 

Layne: Bom, na sua próxima entrevista com o Jerry você pode perguntar a ele. Ele que veio com a ideia. (Nota do entrevistador: O nome foi dado pelo famoso experimento que Cantrell fez na escola. Dois vidros com moscas – um com comida, outro sem. As moscas sem comida comeram umas às outras.)

 

M.E.A.T: A direção que o JOF seguiu é um sinal do que está por vir, ou é apenas como você disse, algo que vocês fizeram?

 

Layne: Sim, é apenas algo que fizemos. Estávamos apenas nos divertindo.

 

M.E.A.T: Você mencionou que vocês entraram no estúdio e apenas gravaram o que saiu. Você escreveu durante as gravações ou como você disse, foi do jeito que saiu?

 

Layne: Foi exatamente como fizemos. As letras foram escritas na hora. Na sala de controle, com fones de ouvido e um microfone na minha frente, sentado na cabine de controle com o botão de gravar/tocar ligado.

 

M.E.A.T: Soou muito experimental pra você?

 

Layne: Sim, e foi. Definitivamente. Nós nunca fizemos algo do tipo. Foi feito para que não parecesse que era uma obrigação ou algo do tipo. Foi apenas algo divertido de se fazer.

 

M.E.A.T: Vocês foram pro estúdio com a ideia de fazer coisas diferentes nas músicas? E qual foi a reação das pessoas?

 

Layne: Sim, nós definitivamente queríamos tentar isso, a maiorias das pessoas adorou. 

 

M.E.A.T: Falando em mudanças, por que o Mike Starr saiu e o Mike Inez entrou?

 

Layne: Nós estávamos no fim de um grande ciclo de turnês e todos estavam ansiosos para voltar pra casa. Então recebemos mais ofertas que queríamos aceitar, mas o Mike queria dar um tempo. Nós dissemos a ele que se esse era o momento dele tirar uma pausa que nós iriamos continuar – e foi o que fizemos.

 

M.E.A.T: Mike Inez – ele se entrosou bem com vocês?

 

Layne: Sim, nós nos conhecemos quando excursionamos com o Ozzy e ele foi nossa primeira opção. Nós sabíamos que ele era o cara quando fizemos as músicas para a trilha do “Ultimo Grande herói” com ele. (A Little Bitter e What the Hell Have I)

M.E.A.T: Da última vez que falamos você tinha passado por problemas complicados com drogas e uma reabilitação auto imposta, e parece que você está muito bem. No entanto, tenho lido na imprensa que você teve uma recaída nos velhos hábitos a um tempo atrás. Agora você está bem?

 

Layne: Bom, se eu e você estivéssemos sentados tomando uma cerveja como amigos, eu poderia falar sobre isso, mas a nível de imprensa, vou usar a quinta emenda (emenda americana que concede o direito de se permanecer calado) pois isso não é problema de ninguém.

 

M.E.A.T: Eu acho que as pessoas são fascinadas sobre bandas e seus membros e por isso as vezes a imprensa é focada no lado negativo. Mesmo assim, os fãs querem saber o que te motiva – está na natureza humana querer saber tudo sobre celebridades.

 

Layne: Sim eles são. Mas você pode ser um jornalista difícil e malandro, ou um jornalista legal, como você é, e não se envolver nesse tipo de coisa. Perguntar de forma pessoal está tudo bem, mas não em caráter de entrevista.

 

M.E.A.T: Voltando um pouco no tempo, Dirt foi muito bem sucedido. Quantas copias foram vendidas nos Estados Unidos?

 

Layne: Ah, mais de 2 milhões até agora (No canada ganhou disco de platina – mais de 100 mil copias). Mas já acabamos com ele agora, no que se trata de Singles e vídeos.

 

M.E.A.T: Tem alguma coisa que você teria feito diferente?

 

Layne: Não.

 

M.E.A.T: Quão planejado foram as músicas do Dirt?

 

Layne: Algumas foram planejadas, mas metade delas, escrevemos no estúdio.

 

M.E.A.T: Qual você acha que será a nova direção? Vão seguir a linha do Dirt ou você acha que vai mudar?

 

Layne: Não sei, isso é impossível de responder, a menos que você seja um vidente. Nós não planejamos essas coisas. Nós não sentamos e dissemos “Vamos fazer do Dirt um álbum depressivo e assustador”. Eu não sei.

 

M.E.A.T: Você gostaria de fazer todos os álbuns igual fizeram o Jar of Flies?

 

Layne: Sim, definitivamente.

 

M.E.A.T: Pra quando está agendado o próximo álbum de longa-metragem?

 

Layne: Eu não sei, por enquanto estamos tirando um tempo. O álbum provavelmente será lançado esse ano, mas não estamos concentrados nisso agora.

 

M.E.A.T: Você se sente satisfeito ou acha que tem muito mais pela frente ainda?

 

Layne: Acho que temos muito mais trabalho a fazer. Mas acho que nos sairemos bem.

 

Traducción: Yuri Fabrim

 

 

M.E.A.T: Eu gostei de “Don’t Follow” e “I Stay Away”. Qual a sua favorita?

 

Layne: Gosto de “Rotten Apple”, “Nutshell” e “Whale & Wasp”. (As outras músicas são “No Excuses” e “Swing on This”)

 

M.E.A.T: Esse EP será uma tendência depois de cada longa metragem da banda?

 

Layne: Eu acho que pode ser algo que continuaremos fazendo. Não exigiu muito de nós – levou apenas uma semana, nós apenas fomos pro estúdio, sem pressão. Sabe, a única pressão foi que tínhamos sete dias para completa-lo. Mas não tinha pressão sobre quantas músicas tínhamos que fazer. Nós fomos sem pressão nenhuma e escrevemos o que escrevemos, o que veio de ideias, foi isso.

 

M.E.A.T: Haverá vídeos para o Jar of Flies?

 

Layne: Pode haver um, mas não sei para qual música.

 

M.E.A.T: Quando vocês lançaram o SAP, você me disse que não havia grandes expectativas, e ainda assim foi muito bem. Você tem alguma expectativa para esse EP?

 

Layne: Eu não sei, Eu acho que tem um pouco mais de pressão por trás desse, mais do que no SAP.

 

M.E.A.T: Qual foi a diferença de gravar o SAP e o Jar of Flies?

 

Layne: Eu não sei. Não lembro de ter gravado o SAP.

 

M.E.A.T: Como foi o Lollapalooza e o que ele fez pra você?

 

Layne: Foi ótimo...incrível. Me deu problema nos rins. Fora isso foi divertido. Não sei o que obtivemos.

 

M.E.A.T: Durante o Lollapalooza em Toronto você estava usando um terno – uma imagem muito diferente das anteriores. De onde veio isso?

 

Layne: Nós não temos as ideias antes, apenas fazemos as coisas. As pessoas têm que entender que apenas fazemos as coisas – não pensamos nelas. Eu apenas comprei um terno e pensei “Porra, isso fica bom” – Vou usá-lo hoje à noite. E comecei a usá-lo em Toronto. Mas as vezes eu usei jeans. Sabe, o que eu visto depois do banho é o que eu uso para o show.

 

M.E.A.T: Você acha que você tem que “renovar as coisas” por que as pessoas imitam você?

 

Layne: Não. Não me sinto ameaçado com isso. Eu apenas faço o que faço. Se eu tivesse que fazer um show agora usaria a mesma roupa que estou usando agora.

 

M.E.A.T: Por um tempo você estava com um vermelho chocante nos cabelos o que foi uma mudança drástica no visual. Você ainda está assim?

 

Layne: Não, voltei ao natural. Estava com vontade na época. O negócio é o seguinte – Eu não sou aquele cara grandioso na imagem. Tipo, eu estou pouco me fodendo. Eu vou ao shopping fazer compras, estou comprando roupas e vejo uma tinta de cabelo vermelha da Manic Panic eu vou e: “me dá isso também”. É rápido assim. Não é pensado. Não é tipo, “Hey, vou mudar e virar o cara ruivo e esse é meu novo estilo” é apenas o momento. 

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