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Fortemente Ligados

 

Jennifer Clay

RIP Magazine

02/96

 

Nós ouvimos rumores sobre drogas, morte, mais drogas, separação, desentendimento, falta de harmonia, motim e todos esses tipos de desgraça.

 

Sim, sim, sim. A maioria dessas coisas você lê nessas outras revistas, vê na TV. Mas essas fofocas não são verdadeiras. Quem se importa?

Eles são artistas e não políticos. Nós realmente precisamos jogar o nome deles na, bom, sujeira?

Não. Vamos apenas deixar como quatro caras “normais” que gostam de se divertir – e posso garantir que sim. Não tem nada de errado nisso, certo? Afinal, são suas vidas, corpos, corações, mentes e almas!

O que importa é sua música, a qual certamente eles colocam o suficiente de suas vidas, corpos, corações, mentes e almas para apaziguar qualquer ouvinte.

Desde de o inicio em 1987, o Alice in Chains fez músicas incríveis – três álbuns e três EPs – incluindo o último, intitulado apenas de Alice in Chains.

Enterrados no estúdio Bad Animals em Seattle durante a chuvosa primavera de 1995 com o coprodutor Toby Wright (Alice In Chains, Corrosion of Conformity, Slayer) os três caras de Seatte – Layne Staley (vocal), Jerry Cantrell (Guitarras) e Sean Kinney (bateria) – e o cara de Los Angeles – Mike Inez (baixo) – escreveram, gravaram e produziram um disco muito “Alice”, talvez até mais “Alice” que os anteriores.

O álbum estreou em primeiro lugar nas paradas, assim como seu EP Jar of Flies (1994). O Alice in Chains assim como seus membros é sombrio, obscuro e cascudos, mas com um tom sarcástico e espirituoso. É cheio de esperteza, frases pungentes e declarações ousadas, tanto liricamente como musicalmente.

 

Jerry não sentou apenas tempo suficiente para nos deixar sonda-lo sobre sua vida e sobre a banda, mas ele foi um gracioso (sim, gracioso) anfitrião esbanjando sorrisos e conversas estimulantes enquanto explorávamos sua cidade.

Guru da Guitarra.

 

Embora fora me dito que meu tempo com o Jerry seria de mais ou menos uma hora, nós passamos seis horas andando por Seattle – tempo que pareceu realmente curto. “Sou todo seu” ele disse enquanto dirigia sua pick-up pelo transito da “Cidade Esmeralda”.

 

Nós nos encontramos em um daqueles pouco conhecido “bares de mergulho” numa parte pouco turística da cidade, tinha duas mesas de sinuca, dardos, cerveja barata, batata frita e refrigerante em lata.

Depois de algumas partidas de sinuca no Lido Inn, fomos para o Frontier Room, o bar que dizem que tem os drinks mais fortes da cidade (para minha sorte, Jerry bebeu apenas cerveja).

Dentro dos confins de um bar sem janelas e nossas conversas, nos perdemos noção do tempo e quase perdemos o pôr do sol no Discovery Park’s Sand Cliffs (pra minha sorte de novo).

Depois de algumas fotos e uma visão de tirar o folego partimos de novo, dessa vez para conversar “oficialmente”, servidos de Sushi, Saque e Sapporo (os três importantes “Ss”) na área da moda, Capitol Hill.

 

Depois de satisfeitos, o grande garoto pensador e eu continuamos a andar e conversar sobre a vida, dessa vez em um bar “masculino” com uma vista fantástica. O trabalho tinha terminado, então sentamos para relaxar.

 

Jerry recebeu a trágica notícia da morte de Shannon Hoon (Blind Melon) no bar. Como eram próximos, Jerry ficou bem chateado e disse o suficiente, pois é um assunto pessoal.

 

RIP: Vamos falar primeiro sobre pressão.

 

JC: Pressão! Uau...sendo uma banda profissional a pressão é algo que você prospera. É necessário para você realizar qualquer coisa. Pressão para ser bem sucedido, pressão para...qualquer coisa. Eu coloco muita pressão em mim, e é tudo que eu praticamente me preocupo; fazer o melhor que posso. [Dá um gole] Saúde.

 

RIP: E sobre as pressões comerciais, existe mais agora do que nos últimos anos?

 

JC: Nós sempre tivemos uma boa relação com a Sony. Artisticamente sempre pudemos fazer basicamente tudo que queríamos. Foi-nos dada a liberdade de escrever o tipo de música que queríamos, sem pressão externa. E durante esse último ano e meio que nós basicamente saímos dos olhos do público, por escolha própria, eles foram muito solidários também.

 

RIP: Vocês já cumpriram suas obrigações com a Columbia?

 

JC: Raramente penso nessas merdas. É uma coisa para meu advogado se preocupar. O que me preocupa é fazer música. Não nos envolvemos nisso de jeito algum, isso é algo que, sabe, tomaria muito tempo da nossa vida.

 

 

RIP: Teve um período que a banda parou de dar entrevistas...

 

JC: Nós paramos de dar entrevistas na hora certa, logo depois que lançamos o Jar of Flies, quando tentamos fazer a turnê com o Metallica, que acabou sendo cancelada por, hum, razões, sabe, que nós expressamos. Nós simplesmente paramos, estávamos cansados. Estávamos estressados, fisicamente e mentalmente. Digo, estivemos em turnê por, Deus, anos e anos. Nós levamos isso tudo ao limite: turnê, gravar discos, o que for. Digo, fizemos tudo. Tudo que estava ao nosso alcance. No final das contas, depois do Lollapalooza nós voltamos pra casa e até aquele ponto nós dormíamos no sofá das pessoas! Por que não tínhamos uma casa ainda.

Apesar de estarmos indo bem, como banda, e sempre ter nossas “casas”, nós não tínhamos tempo. Estávamos constantemente viajando, então depois de um tempo foi bom sentar e deixar o Alice descansar por um tempo.

Foi basicamente o que fizemos. E isso desencadeou uma tonelada de rumores, que foram gerados da “sujeira”.

 

RIP: Você se importa com os rumores?

 

JC: Na verdade não. Não posso dizer que não incomoda as vezes, em algumas situações ou quando chega na minha família. Tenho que lidar com a minha avó surtando sobre algo que ela leu sobre mim no jornal – “Deus! Eu li que você estava morto, e tive que te ligar!” “Bom Vó, você está falando comigo agora, estou aqui, estou bem! Já te disse antes para não escutar a essas besteiras, porque na maioria é isso que é: besteira.” Estou muito bem para um cadáver não é? [Risadas] Veja só, eu sou muito teimoso! Estou morto a alguns anos já. Meu corpo não vai simplesmente deitar.

 

RIP: Então, o Alice está de volta?

 

JC: Bom, trabalhamos pelos últimos seis meses no álbum, então, sim, quero dizer, não é como se nós nunca...quero dizer, talvez, talvez nos afastamos um pouco pois não estávamos na mídia ou coisa do tipo, mas sério, nós só precisávamos sentar e relaxar um pouco e descobrir o que queríamos para nós mesmos, individualmente, não como uma banda. É uma coisa difícil de lidar. Lembro que nós falamos mais cedo sobre viver e trabalhar com alguém. Isso é realmente difícil. É difícil lidar com isso as vezes, sabe? Tem momentos tensos, muito tenso. E quanto mais tenso vai causando uma angustia. Então foi basicamente isso; nós todos sentamos e relaxamos e é isso que quero dizer... [risadas] Nós saímos e compramos nossas casas, passamos um tempo de nossa vida particular juntos, exploramos coisas que queríamos explorar individualmente. Alguma dessas coisas foram musicais também. Layne fez o Mad Season no seu tempo vago. Trabalhei em algumas coisas também. Nós basicamente fizemos tudo no nosso tempo, como sempre fizemos. A única coisa que as vezes é difícil é a constante pressão de “ter que lançar algo” e isso vem da imprensa.

 

RIP: Houve pressão para fazer o novo álbum?

 

JC: Não! Não, foi muito bom. Estou muito feliz com esse álbum. É provavelmente o álbum mais “Alice” que já fizemos. Tem mais humor, sarcasmo e é mais sombrio. É mais “Alice” porra!

 

RIP: É definitivamente mais obscuro. Isso que significa mais “Alice”?

 

JC: Não sei. Parece que nós mantemos um tipo de mistério sobre nós mesmo, de verdade. E isso não é uma coisa obscura. Liricamente, as pessoas perguntam sobre o que algumas letras significam ou “Vocês pensam sobre essas coisas o dia todo?” Tipo, é tão cruel, blá, blá, blá...Passe 23 horas do dia comigo, eu serei totalmente idiota sabe, me divertindo. Um garoto pateta em uma feira, sabe. Gosto de me divertir o máximo possível. De verdade! Sou do tipo, “Vamos nesse brinquedo. Vamos comer algodão doce!” Sou uma criançona. [Risadas]

 

RIP: Sendo assim, de onde sai tanta obscuridade?

 

JC: Esse é o lado “adulto velho” das coisas. Todo mundo se irrita, eu me irrito com qualquer coisa: O lixeiro não passou hoje, meus cachorros comeram o cabo da TV, alguém que foi um idiota comigo ou qualquer coisa. É daí que começo a escrever. E é muito espontâneo; Eu não sento e escrevo “Ok, vamos escrever outra música obscura” ou algo do tipo. Você apenas se inspira na sua experiência diária, o que aconteceu com você naquele dia.

 

RIP: É terapêutico? É divertido?

 

JC: Sim, e muito, é uma forma de comunicação sem você falar fisicamente com alguém. [Risadas] o que pode ser difícil as vezes. São vários sentimentos. É libertador, sabe. É como fazer sexo ou ter uma conversa profunda, só que sem falar ou sem o ato sexual em si. Acho que esse é meu argumento para sexo seguro! [Risadas] Faça mais músicas e viva mais. [Risadas]

 

RIP: Vocês mudaram o nome do álbum de Tripod [ideia que veio de um cachorro que perseguia Sean quando adolescente] para Alice In Chains porque é mais “Alice”?

 

JC: Bom, eu não diria que é algo menos, tipo menos “Alice” do que o que fizemos antes. É um álbum um pouco mais sarcástico, mas ao mesmo tempo é extremamente viciante. O que quero dizer com isso, eu acho, é que é um álbum bem mais pesado. A coisa que me deixou mais feliz nisso tudo é que nós pudemos fazer o que quisemos musicalmente. E ainda fazer músicas boas, não em prol de apenas fazer algo diferente.

RIP: Você usou a palavra “sarcástico”. Grande parte disso é sarcástico?

 

JC: Claro. Não a nossa conversa, mas eu poderia ser sarcástico com você rapidamente se você quiser! [Risadas] Não, basicamente o que estou dizendo é que você tem que ter um senso de humor sobre você mesmo, você tem que ter senso de humor sobre isso. Sabe, ser muito obscuro não é legal. Manter tudo abalado dentro de você não é uma coisa boa. Ter a música pra tirar essas merdas de dentro de você é muito legal. É muito saudável.

 

RIP: Com que frequência você e o Layne se juntam para compor?

 

JC: Às vezes nós fazemos, as vezes não. Algumas das nossas músicas são feitas tipo, o Layne vem com alguma ideia e nós trabalhamos na música. Às vezes eu e o Layne nos sentamos e trabalhamos juntos. Outras vezes eu e o Sean fazemos uma Jam e trabalhamos juntos. Você nunca sabe da onde a inspiração vai vir, basicamente, mas o que faz disso uma banda é que todos tem ótimas ideias, e todos são talentosos.

Então é uma questão de jogar suas ideias no meio de todos e então pegar as que todos gostaram. Nós temos que ser basicamente unanimes sobre isso, e na verdade, apenas esperar para que isso aconteça.

 

RIP: Quando você escreveu Heaven Beside You você pensou no Layne cantando e não em você?

 

JC: As músicas que acabei fazendo a voz principal foram Over Now, Heaven Beside You e Grind; todo o resto faço a segunda voz, o que acho mais confortável! [Risadas] Mas é legal, acabaram sendo músicas muito legais, e fiquei bem surpreso com o resultado...Sou praticamente meu critico mais severo. Você pode dizer a merda que quiser de mim, de todos os lados, mas, pra mim, e eu garanto isso, você não está me criticando mais do que eu já me critiquei.

 

RIP: Eu estava ouvindo você cantar no carro. Você gostaria de cantar mais?

 

JC: Não, na verdade, gostaria de cantar menos! [Risadas] Eu acho que o Layne me iniciou nesse lance de cantar quando fizemos “Would?”. Foi minha primeira vez fazendo o lance de “vocal principal”. Posso até cantar bem, mas, pra ser honesto com você, sou preguiçoso...Prefiro sentar e tocar. Para alguns caras é muito fácil cantar e tocar guitarra ao mesmo tempo; é tipo andar e mascar chiclete, eu sou o tipo do cara que tem dificuldade em fazer isso. [Risadas] É definitivamente algo que tenho que melhorar, mas estou tomando mais responsabilidades vocais e....isso basicamente vem do apoio do Layne. Ele vem tipo, “Hey cara, você deveria cantar essa música.” E eu, “Cara, não quero cantar.” E ele diz “Você tem que cantar essa porra! Você que escreveu essa porra de música e fica bom com você cantando. Cante essa merda!” Então é basicamente com o suporte dele e do resto da banda também. Pra mim é tipo como colocar meus medos pra trás. É realmente intimidante pra mim cantar com um cara como o Layne, sabe; Ele é a porra do Rei. Você simplesmente não toca no filho da puta. Ele é fodão.

 

RIP: Algumas letras são bem obscuras, mas a música é um pouco mais...animada para o Alice. Tipo “Over Now”.

 

JC: Eu não diria que “Over Now” é uma música com a característica do álbum quando se fala da vibe principal da música. Talvez, um pouco animada? Em termos de tempo, é bem agressiva, tanto quanto o resto. Sim, eu diria que você tem razão. Liricamente falando também. Mas a vibe da música, eu não chamaria de animada. Chamaria mais de agressiva.

 

RIP: Com “Over Now” (Acabou agora) sendo a última música do álbum, isso seria um senso de humor “Alice”?

 

JC: Quem sabe? Descubram vocês mesmos, crianças. [Risadas] Não vou comentar sobre isso. [Pausa longa] Se formos parar, essa é uma ótima forma de fazer isso. Se não, é uma ótima forma de rir sobre isso depois. Então, vamos deixar assim.

 

RIP: É também uma boa maneira de fazê-lo, se foi o último álbum mesmo, ser auto intitulado.

 

JC: Ãham. Eu não penso sobre o que não posso fazer, penso mais sobre o que posso fazer, é do que se trata esse álbum.

 

 

RIP: Por que vocês escolheram “Grind”, uma música pesada, como primeiro single? Você acha que representa o álbum?

 

JC: Sim, acho que sim. Acho que mostra o tom do álbum logo de cara. Nós gravamos todas as músicas e quando você acaba de gravar, normalmente, é quando você junta tudo...Essa música parecia, depois da folga que tiramos, acho que os primeiros versos e outras coisas nessa música, e a intensidade dela, eu acho que é o que precisa ser dito. É tipo, não me descarte, não me descarte porra! [Risadas]

 

RIP: Você diz que as pessoas descartaram vocês?

 

JC: Não as pessoas que sempre estiveram conosco. Não acho que eles nos descartaram. Mas acho que outras pessoas sim. Mas tudo bem. Como disse: Isso é apenas parte da vida. Você não pode agradar a todos. Você apenas tem que fazer o que você tem que fazer, e fazer isso da maneira que você melhor sabe. Isso é tudo que eu realmente tento fazer.

 

RIP: Os outros integrantes da banda querem basicamente as mesmas coisas?

 

JC: Pra essa pergunta eu diria, sim e não. Como qualquer grupo de pessoas você terá opiniões diferentes. Às vezes você tem que olhar para as coisas e ver o que é melhor para todos ao invés de individualmente. Mas falando musicalmente, sim, acho que queremos a mesma coisa. Acho que eu não poderia explicar a formula disso, ou o que faz nós todos feliz, mas definitivamente você chega a um ponto em que você pode olhar nos olhos dos outros, e é por isso que eu gosto muito de tocar com o Layne, o Sean e o Mike, e sempre gostei, porque tem aquela honestidade com eles. 

RIP: Então, vamos tirar logo os rumores do caminho?

 

JC: Bom, vou te dizer já, não vou confirmar ou negar nada, então...[risadas] Isso vai ficar por ai por um tempo, quero dizer, nós gravamos um álbum juntos agora, que é, como disse antes, o nosso melhor álbum até hoje, eu acho. Essas merdas vão nos seguir pra sempre e tudo bem. Não significa que tenho que tirar meu chapéu para isso toda hora.

 

RIP: Layne e todos os outros, parecem muito bem. Como o Layne está?

 

JC: Ahhh, eu não sei, quer ligar pra ele? Descobrir como está seu estado de espírito agora? [Sarcástico] Na verdade, ele provavelmente poderia te dar uma amostra de fezes se você quiser. Ele poderia te colocar com o médico dele para que ele possa te dizer como ele está, e como esta seu estado de espirito. Ele está bem porra. Acabamos de passar seis meses juntos, sabe, trabalhando junto, ele não está diferente do que ele já...

 

RIP: Ele tirou uma folga?

 

JC: Nós todos tiramos um tempo, antes mesmo dele começar com o Mad Season. Nós todos descansamos um tempo, e então ele começou com o Mad Season. Eu gravei aquela música pro tributo ao Willie Nelson nesse tempo, que foi muito legal. [Risadas] Eu não queria [gravar] “On the road again” (música do Willie Nelson)! Eu queria ouvir umas músicas mais obscuras, e pesadas. Ou qualquer outra claro. Estava procurando algo do tipo, pois sou bom com isso! [Risadas] Então, o empresário do Willie Nelson mandou uma fita com umas 40 músicas, e eu estava dirigindo minha pick-up por ai e ouvindo a fita, e lá pela sexta ou sétima música da fita estava a que eu gravei (“Care to see”). Eu peguei a letra e disse “É essa!” Não é uma versão muito fiel eu acho, mas é a minha versão, e estou muito feliz com ela.

 

RIP: Se o Alice continuar, ou não, você quer gravar suas próprias músicas também?

 

JC: Eu me divirto gravando “por fora”. É gratificante e assustador. É gratificante fazer porque sai um pouco do que você está acostumado a fazer e os caras apoiam isso, entende o que eu digo? Ter uma ideia na sua cabeça e não ter as paredes que você está acostumado a jogar sua merda – Em uma situação que você está sozinho, é satisfatório porque você está sozinho, então é totalmente estranho. Além disso talvez há menos expectativas sobre o que você vai fazer, ou...Eu acho que o Alice pode fazer o que quiser, mas acho que individualmente, poderíamos ir ainda mais longe. Mas meu principal interesse e amor é e sempre foi a banda, e é por isso que ainda estamos aqui, é por isso que lançamos o álbum, basicamente isso.

 

RIP: “Grind” foi para as rádios uma semana antes do lançamento do álbum. Vocês quiseram isso ou preferiam de um forma mais lenta?

 

JC: Não! Quero dizer, estou feliz que foi lançado. Quando está pronto você não quer ficar sentado esperando. Finalizar um álbum e ficar esperando seis meses para o lançamento. Quando for a hora de lançar você já está cansado dele. Você fez um bom trabalho mas quando chegar o lançamento você já está pensando no próximo álbum. Você já está olhando pro próximo pico, sabe? E normalmente é ai que você tem que sair para a turnê do disco, então de uma certa forma coloca você num estado retardado. [Risadas] Mas também é bom dar à musica o que ela merece, ao vivo. Isso é algo que não consigo imaginar não fazer.

 

RIP: Então, poderia ter uma turnê?

 

JC: Bom, eu...eu diria...eu diria que isso...Não estou dizendo mais nada nesse momento! Essa é geralmente a posição que tomamos. Apenas pelo fato de que nós excedemos nossos limites no passado onde não podíamos fazer nada. Isso não é legal, quero dizer, dizer as pessoas que você vai fazer shows e não fazer...não é legal. Não me sinto bem com isso, porque é minha palavra, é meu cu que está na reta e eu não gosto de dizer coisas que não vou fazer. Mas também: merdas acontecem. É por isso que não estou dizendo nada definitivo, mas, se alguma coisa for acontecer, provavelmente será logo...tem que ser em algum momento desse ano. Não estou autorizado a dizer quando vamos tocar porque não sou o porta-voz da banda. Nós todos decidimos juntos, e assim, é algo que discutimos juntos, já falamos sobre isso e ainda não chegamos a uma decisão. Meu ponto é, eu não descartaria a gente. [Risadas] Eu não contaria com a gente não fazendo isso, e nem contaria com a gente fazendo isso. Ambas as formas.

 

RIP: Hora do biscoito da sorte!?

 

JC: Deixe me ver o que diz...um minuto. Olha o que diz. “Sou um cara de sorte”.

 

RIP: Não!!! O que realmente diz?

 

JC: “Sua felicidade está entrelaçada com a sua perspectiva sobre a vida”. Bem legal. Eu não poderia ter dito melhor! [Risos]

 

tradução por: Yuri Fabrim.

 

 

 

 

 

 

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